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domingo, 24 de junho de 2012

Diogo Silva comemora 10 anos de Seleção Brasileira


Silva fala sobre o taekwondo brasileiro e cita alguns pontos cruciais dentro da modalidade, tanto na formação quanto na estrutura desejada para concretizar qualquer ideal olímpico e continuar gerando novos atletas.


Para começarmos, onde está treinando o Diogo Silva?

CT São Caetano, cidade de São Caetano do Sul, estado de São Paulo, esta que é uma parceria com a secretaria de esportes da prefeitura de São Caetano.

Qual é a relação do atleta com a seleção brasileira? Faz parte ainda do time nacional de Taekwondo?

Este ano para mim é histórico porque estou comemorando dez anos de seleção brasileira, e buscarei me manter neste grupo para buscar qualificações para as melhores competições.

Quais as metas para 2011 com a seleção?

Buscar o Bi do Panamericano; conquistar as vaga para as olimpíadas Londres 2012; buscar a tão sonhada medalha olímpica, alem de estar competindo no mundial na Coréia do Sul na cidade Gyeongju. Este ano também haverá o campeonato mundial militar no Rio de Janeiro em julho e desejo conquistar uma boa colocação.

Quais as metas pessoais para este ano?

Para 2011 e 2012 estarei trabalhando com uma equipe de markting para potencializar a marca Diogo Silva e estou em negociação com alguns empresários, para lançar uma linha de produtos esportivos, que espero logo estar lançando nacional e internacionalmente.

Diogo, sobre sua análise como as equipes, federações e confederação estão se preparando para lançar novos atletas? O espaço esta aberto para novos talentos?

Durante muito tempo o processo de renovação ficou estaguinado, porém houve uma renovação na confederação e isso tende a dinamizar a gestão e fazer com que políticas de incentivo sejam lançadas para descoberta de novos talentos e lapidação com investimentos no quadro atual de atletas, tanto no time “A” como também do “B” .
Vejo o patrocinio da Petrobrás como um ponto a mais na solidificação do trabalho da nova CBTKD, o que amplia as possibilidades da Seleção brasileira viajar para fazermos intercâmbios em outros países e participar de muitos eventos, o exemplo: Opens nos Estados Unidos e na Alemanha.
Lembramos também que o Centro Olímpico de treinamentos que a modalidade tem, é referência e favorecerá estas gerações e as novas do taekwondo brasileiro. Contudo não existem projetos com propósito de renovar a seleção, os atletas acabam se destacando nas equipes até conquistarem o direito de estarem na seleção nacional.
Como uma das soluções, vejo a criação de Centros de treinamentos de base olímpica, que fomentem o incentivo aos jovens talentos do esporte ou envista-se em pólos de treinamentos como por exemplo é o caso do São Caetano.

Nos aspectos organizacionais, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) evoluiu com a troca da presidência da entidade?

Hoje vejo o Grão mestre Carlos Fernandes como o futuro, ele tem um perfil que a Confederação necessitava para dinamizar a gestão na confederação, e precisamos, como atletas e demais confederados, respeitar e aguardar que surjam os reflexos de sua atual gestão, que acredito será positiva.

Como os atletas que hoje representam a seleção brasileira podem contribuir ativamente para o processo de formação de atletas da modalidade?

Devem tentar se profissionalizar, tendo uma equipe multidiciplinar para gerenciar sua carreira, dos treinos a exposição do atleta na mídia, dar visibilidade aos seus resultados, da sua equipe em primeiro lugar, lançar produtos ou serviços, como por exemplo marcas, seminário ou workshops que possam passar suas experiências para os futuros atletas ou interessados.


Complementando a outra pergunta, o que efetivamente as entidades responsáveis pelo taekwondo estão fazendo para que tenhamos bons resultados nas participações nas olimpíadas Londres 2012, e Rio 2016, esta que tem especial importância para a nação brasileira?

Como comentei anteriormente, temos o incentivo e coordenação da CBTKD, investimentos nos eventos do COB ( Comitê Olímpico Brasileiro), nos eventos como Jogos Sul Americanos, Pan Americanos e Olimpíadas, além dos incentivos da Lei Piva. Estes investimentos darão conta de um bom planejamento para 24 atletas que hoje formam o quadro de atletas da seleção brasileira de taekwondo para este ciclo olímpico.
E sem esquecermos do grande investimento destinado pela Petrobrás para o taekwondo brasileiro, que completa os investimentos para que o calendário de eventos que foi estabelecido seja cumprido. Neste calendário existem competições internacionais, intercâmbios, convocações para treinos e outras ações que visam preparar a seleção para os ciclos olímpicos Londres 2012 e Rio 2016.

Quais os recursos que as equipes necessitam para realizarem grandes projetos, e conseqüentemente lancem atletas que possam juntamente com os atletas já renomados formarem um seleção competitiva, e com reais chances de medalhas em várias categorias, não apenas com você e a Natalia Falavigna?

Pólos de treinamento ou Centros de treinamentos, com toda a infraestrutura e suporte de uma equipe multidisciplinar com psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, fisiologista, preparadores físicos e técnicos., para as equipes junior e sub 21, de base olímpica e projetos olímpicos divididos por regiões e em todo território nacional.
Contudo este trabalho requer bases estatísticas fundamentais fisiológicas e técnicas, para se ter uma base científica de dados que embasaria o processo evolutivo da equipe multidisciplinar e a de atletas. Servindo de parâmetro para formação da equipe nacional.
Para isso ser tangível haveria a necessidade de buscar parcerias com secretarias de gestões municipais, estaduais, federais como também com iniciativa privada, deixando todos o fluxos de possíveis recursos abertos.

Qual a receita pessoal de sucesso no esporte de alto rendimento?

A única receita que posso passar é trabalho, porque é trabalhando que se consegue alcançar nossas metas, porém quando um atleta encontra ou tem parceiros, este trabalho pode ser subdividido. Assim as conseqüências podem ser muito boas como tem acontecido comigo.

Vivendo num país de boleiros, ou esportes dominantes treinados com bolas, o Taekwondo tem seu espaço? Você como um ícone da modalidade tem o reconhecimento e respaldo pela mídia?

Vivemos no pais da bola isso é fato, e já tivemos nossa visibilidade, porém com o processo que comentei anteriormente, passamos por um período com excelentes resultados, como títulos de mundial universitário que conquistei, e outros resultados importantes. Estávamos com pouca visibilidade, mas isto está mudando, exemplo recente foi a cobertura como a transmissão do mundial da modalidade por canal fechado que é um dos mais assinados no Brasil.
Percebo a necessidade de uma equipe de profissionais que leve a sério a questão da divulgação da modalidade como um todo, e em todas as mídias que for possível. E essa equipe elabore atrativos suficientes para que tanto as mídias, atletas e apoiadores se interessem em estarem conosco em nossos eventos.

Qual foi o principal desafio emocional que você enfrentou como atleta de taekwondo?

O principal desafio foi já como um atleta destacado na modalidade e não ter respaldo por todo o esforço para conquistar boas colocações, mas isso é passado, hoje conto com um equipe que me dá suporte, então o que travava a evolução foi superada, porque sem uma equipe o atleta tem que buscar por conta própria seu espaço, as vezes piorando até sua performance como atleta.

Em uma análise franca sobre a atual situação do taekwondo brasileiro, levando em consideração suas conquistas no Pan do Rio e mundial Universitário e outros resultados com outros atletas, o que está faltando no geral para o esporte obter novos resultados e consequentemente conquistar um lugar definitivo no coração dos brasileiros?

A gestão das entidades que gerem o esporte devem ser transparentes, e buscar a evolução no profissionalismo do esporte, então expor deixando bem visível para que os créditos sejam recebidos para os que lutam pelo taekwondo brasileiro, valorizar os atletas, destacados os novos talentos e dando-os evidência merecida e explorar de maneira saudável . Este conjunto de ações é o que irá fazer o esporte taekwondo destacar-se cada vez mais em nosso país.

Qual é sua referência dentro ou fora do esporte, seu ídolo?

Nelson Mandela, porque dedicou toda sua vida por uma causa, sem desanimar para colaborar para unificação da África do Sul, uso isso como exemplo para nossa situação, tivemos alguns períodos de gestões que tiveram dificuldades, porém temos novos gestores com um compromisso: deixar a casa em ordem e produtiva.


Parabéns Diogo Silva Rumo a Londres 2012



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